Empreendedorismo feminino: Presidente da ACRJ fala sobre seu papel de liderança

Ao pensar em mulheres líderes do empreendedorismo no Rio de Janeiro, é impossível não ressaltar a importância da primeira presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Angela Costa. Em mais de 200 anos da ACRJ, Angela foi a primeira eleita para o cargo da instituição que tem a missão de promover as melhorias necessárias para os empresários locais. Concluindo o mês de março, especialmente dedicado às mulheres, a Associação Empresarial de Campo Grande (AECG Rio) entrevistou a executiva para compreender seu papel no empreendedorismo feminino. Confira:

– Você é a primeira presidente mulher na história da entidade, certo? Como você encara o significado de ocupar esse lugar? 

Com muita responsabilidade e me sinto honrada de ser a primeira mulher a presidir uma casa tão tradicional de 211 anos. Não por ser mulher, mas por ter sido escolhida pela minha competência e meu histórico profissional. Considero que nós mulheres podemos estar em qualquer lugar, pois temos habilidades que podemos desenvolver em diversas áreas.

– À frente de uma entidade de classe tão significativa, como você vê a atuação feminina no empresariado do RJ?

É uma revolução que começou nos anos 1970 e a cada dia a mulher se posiciona melhor no mundo. Estamos em uma conquista diária. O mundo sempre foi machista, mas este cenário está se revertendo e cada vez mais as mulheres estão empreendendo e se colocando em um papel de destaque na sociedade. Dizer que hoje estamos com igualdade é uma visão muito otimista. Mas acho que já provamos nossa competência e que com o tempo vamos conseguir estar na mesma posição que os homens. E o empresariado feminino fluminense tem acompanhado esse desenvolvimento.

– Você tem atuado para que essa participação cresça? Como acha que nós, mulheres, podemos agir para ter mais voz como empresárias? 

A participação feminina é fundamental, tenho mulheres brilhantes como vice-presidentes e na presidência de conselhos empresariais da ACRJ. Meu incentivo é constante para que a participação feminina cresça e que as empresárias tenham uma voz e hoje sejam mais ouvidas e respeitadas. Devemos demonstrar a competência que temos. Com isso, conquistamos cada dia mais o respeito da sociedade, que ainda tem resquícios machistas. Mas vejo que avançamos degrau por degrau, embora ainda não na velocidade que merecemos, mas acredito que, brevemente, teremos igualdade de condições e mais lideranças empresariais.

– Como é ocupar um cargo de liderança? Você acha que é possível que isso seja comum daqui para frente ou continuaremos a lidar com “primeiras vezes” em relação aos novos cargos femininos?

A liderança exige várias habilidades, muitas das quais já são próprias das mulheres. A mulher é mais observadora, mais flexível para escutar e mudar de opinião (decisão) se for necessário, a mulher é mais organizada e consegue fazer multitarefas sem perder o foco em nenhuma delas, é mais persistente…..  Além disso, também é necessária uma boa dose de resiliência. As mulheres já avançaram muito em todos os sentidos, na vida profissional e pessoal também, mas ainda enfrentamos olhares desconfiados quando assumimos uma função de liderança. Não tenho dúvida da capacidade das mulheres e também acho que não é uma luta contra os homens. Um ponto importante é se cercar de profissionais competentes. Como líderes não precisamos ser profundas conhecedoras de todas as matérias, mas temos que saber escolher uma equipe que tenha foco e determinação para o sucesso.

Sobre a ACRJ
A ACRJ é uma entidade de classe do Rio de Janeiro e tem 211 anos. Saiba mais sobre a associação no site: http://acrj.org.br/

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