[Artigo] Rio da Prata quase foi a Petrópolis Carioca

RIO DA PRATA

Por André Luis Mansur

Na década de 1960, a engenheira Elza Pinho Osborne, então administradora regional de Campo Grande, pretendia transformar a localidade do Rio da Prata na “Petrópolis Carioca”. Sua ideia era criar um hotel na Serra do Rio da Prata, que hoje faz parte do Parque Florestal da Pedra Branca, onde está o ponto mais alto da cidade, o Pico da Pedra Branca, com 1024 metros. Mas ela sabia, também, que teria de enfrentar outros problemas no local: “A zona do Rio da Prata, pródiga em produtos hortigranheiros, está sendo abandonada, pois os lavradores não querem submeter-se a vender seus produtos a baixos preços” (Jornal O Globo de 15/4/1966).

Na época, a Administração Regional de Campo Grande abrangia uma imensa região, que ia até o Grumari, tanto que Elza Osborne, além do Rio da Prata, também queria investir em turismo nas praias do Grumari, Barra de Guaratiba e Pedra de Guaratiba, está ainda limpa, bem antes da poluição tomar conta da Baía de Sepetiba.

O hotel do Rio da Prata ficou só no projeto, mas os investimentos no litoral em parte foram feitos, como a melhoria do acesso ao Grumari. Até hoje o incentivo ao turismo nesta região, por parte do poder público, é quase nulo. São iniciativas particulares, como as dos grupos que realizam roteiros históricos, que procuram, de certa forma, manter vivos os sonhos desta mulher que, embora tenha nascido em Niterói e morasse em Copacabana, fez muito pela Zona Oeste, na época, do então Estado da Guanabara.


* Foto: Contorno de parte da Serra do Rio da Prata (Foto do autor)

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