[Artigo] O centro de Campo Grande nos anos 20

O centro de Campo Grande nos anos 20

Por André Luis Mansur

A área central de Campo Grande começa, a partir da década de 1920, a ganhar o perfil que se mantém até hoje, de uma área comercial das mais importantes para a cidade do Rio de Janeiro. “Não se passa um só mês em que não surja mais um prédio, de elegante aspecto e que venha destarte concorrer para o embelezamento de Campo Grande e aumentar o movimento de suas ruas”. (A Manhã – 30/12/1925)

Com o crescimento do bairro, no entanto, alguns problemas em especial incomodavam, e muito, seus moradores, como a falta de saneamento, a falta de limpeza e manutenção nas estradas e “a ineficácia da polícia na repressão aos gatunos”. (A Manhã – 30/12/1925) A rua Augusto de Vasconcelos, por exemplo, já uma das principais do centro do bairro, abrigava uma vala que, quando transbordava, tornava inviável o seu percurso, além do mau cheiro.

Outro problema de um centro comercial importante que, obviamente, atraía muitas pessoas, começava a receber era o loteamento dos seus espaços, como demonstra o fato ocorrido no dia 18 de janeiro de 1926, relatado pelo motorista de táxi (chamado de “chaffeur”) Paulo Washington, que deu queixa no 25º Distrito contra Abel Henrique Pereira, dono de uma garagem na rua Tenente-Coronel Agostinho (a atual rua Coronel Agostinho, o Calçadão de Campo Grande).

Paulo alegava ter sido agredido por Abel, que não o deixava “fazer ponto em lugar nenhum próximo à estação de Campo Grande” (A Manhã – 2/2/1926), apenas os “chaffeurs” que fossem ligados ao dono da garagem e que poderiam parar nos melhores pontos.

Apesar da queixa e de ter sido a vítima, Paulo Washington nada conseguiu e o dono da garagem ficou impune. O pior: o “chaffeur” agredido ainda teve lavrado um flagrante contra ele.

Fotos publicadas no jornal A Manhã em 30 de dezembro de 1925:

1 – O centro de Campo Grande
2 – A rua Augusto de Vasconcelos alagada

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