[Artigo] Criada a Administração Regional de Campo Grande

Por André Luis Mansur

O jornal “Tribuna da Imprensa” publica, no dia 30 de janeiro de 1961, que o governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, “assina, hoje à tarde, o decreto de criação das três primeiras Administrações Regionais do Estado da Guanabara, espécies de Subprefeituras, autônomas e responsáveis pela execução de todos os serviços públicos nas zonas sob sua jurisdição, nas quais controlarão desde as escolas públicas e a limpeza urbana até os serviços policiais” (Tribuna da Imprensa, 30/1/1961).

Eram as Administrações Regionais de São Cristóvão, Lagoa e Campo Grande. No caso de Campo Grande, o prefeito Alim Pedro já havia tentado criar algo parecido em 1956, com o nome de subprefeitura, quando o Rio de Janeiro ainda era capital federal, mas não conseguiu. Eurico Siqueira, que estava à frente da tentativa anterior, agora fazia parte da equipe que implantou as Regionais, como ficariam conhecidas pela população.

O decreto, de mais de dez laudas e quase uma centena de itens, especificava os limites da área das três primeiras Administrações Regionais, além de indicar os estabelecimentos do Estado que passariam aos seus controles. Elas seriam geridas pela Secretaria do Interior e Planejamento, comandada por Helio Beltrão. Os administradores precisavam ser escolhidos entre funcionários do Estado e não poderiam fazer política partidária. A Administração Regional poderia arrecadar os impostos dos estabelecimentos comerciais, bem como os impostos prediais e territoriais.

No dia 1º de fevereiro, o Diário Oficial publicava o decreto de criação das Administrações Regionais, com os respectivos Administradores. Para Campo Grande, o escolhido foi o médico Romeu Honório Loures, diretor do Hospital Rocha Faria. No mês seguinte, no dia 14 de março, os três administradores foram empossados, em solenidade realizada às 18h no Palácio Guanabara, Para a Lagoa, foi empossado Ulysses Hellmeister e, para São Cristóvão, Egberto Silveira. O jornal “A Noite”, na edição daquele dia, dizia: “Estarão presentes os secretários de Estado, diretores e chefes de repartição, devendo falar o governador Carlos Lacerda sobre a importância das novas regiões administrativas do Estado” (A Noite, 14/3/1961).

No dia seguinte, o mesmo jornal enfatizava o motivo da criação das administrações regionais: “O ato de posse foi simples, falando o governador sobre a importância das Administrações Regionais, cuja finalidade será a descentralização dos serviços que estão a cargo das Secretarias de Estado” (A Noite, 15/3/1961). A Administração Regional de Campo Grande começou a funcionar no prédio que abrigava o 26º Distrito Educacional, na Avenida Cesário de Melo, 1126, prédio cedido pela Secretaria de Educação. O Administrador “terá sob seu controle 122 órgãos estaduais, dentre estes 61 escolas, 5 Distritos Educacionais, o 14º Posto de Saúde Pública e o 26º Distrito Policial” (Tribuna da Imprensa, 10/4/1961).

A Regional de Campo Grande, que já funciona há muitos anos na Rua Dom Pedrito, n.º 1, abrange hoje uma região bem menor do que no seu início, quando compreendia “uma grande área em cruz, na zona rural do Estado, em um sentido de Paciência até o bairro de Santíssimo, e em outro sentido da Barra de Guaratiba até o Guandu do Sena, inclusive uma parte da Restinga da Marambaia” (Tribuna da Imprensa, 14//9/1961)

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