[Artigo] Freire Alemão

Por André Luis Mansur

No dia 11 de novembro de 2024, vai fazer 150 anos da morte de Francisco Freire Alemão, um dos maiores botânicos brasileiros e médico de D. Pedro II, nascido na Serra do Mendanha, em Campo Grande, no dia 24 de julho de 1797 e falecido no mesmo local, em 11 de novembro de 1874.

No mês de aniversário de 1923, um ano antes de se completar 50 anos da morte deste grande cientista, cujas aulas na Corte do Rio de Janeiro eram muito concorridas, inclusive por outros professores, Escragnolle Doria escreveu um longo artigo no Almanaque “Eu sei tudo”, incluindo fotos raras, como esta da casa de Freire Alemão no Mendanha, no sítio Porangaba, que seria demolida na década de 90.

O autor faz um relato da vida de Freire Alemão, menino pobre e filho de lavradores, que vai conseguir mais tarde fazer Doutorado em Medicina na França. “Começa na matriz do então lugarejo natal, no menino sacristão, puxa sino e ajuda missas. Passam o vigário Luiz Pereira Duarte e a bondade deste; após ambos, o seminário de S. José conta em Freire Alemão aluno a mais entre os discípulos”. O Seminário de São José ficava no centro do Rio de Janeiro e depois seria demolido.       

Em uma das fotos, vemos o túmulo de Freire Alemão no antigo cemitério de Campo Grande, que ficava em frente à Igreja de Nossa Senhora do Desterro e depois seria transferido para o local atual. O túmulo do cientista seria transferido mais tarde para o interior da igreja. “Os restos mortais e quase octogenários de Freire Alemão (1797-1874) descansaram no cemitério de Campo Grande, na necrópole velha, fronteira à matriz. Acabam de suprimi-la; os ossos do sábio acharam provisória guarida na igreja onde Freire Alemão começara profissões, pela de sacristia”.

É interessante notar que já naquela época havia uma reclamação sobre a falta de reconhecimento a este grande cientista, da mesma forma que acontece hoje. A placa e a efígie de Freire Alemão no bairro de Campo Grande, por exemplo, foram roubadas em 2017 e até hoje não foram repostas. Um século atrás, Escragnolle Doria pedia que a casa de Freire Alemão fosse transformada em museu e que “as associações científicas pátrias tragam homenagem àquele, que tão alto elevou, na especialidade, o cérebro nacional”. Ele também solicita “a dádiva deste glorioso nome a uma rua principal de Campo Grande, tão pródiga a Prefeitura em por nas esquinas nomes enigmas; uma romaria ao descanso do notável, quantos preitos a prestar no próximo 11 de novembro de 1824”.

Em Campo Grande, bairro onde nasceu e morreu há 150 anos, Francisco Freire Alemão dá nome a uma escola e a uma agência da Caixa Econômica.

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