No dia da mulher, empresárias comentam seu lugar como empreendedoras

Muito trabalho e sonhos marcam a histórias de três associadas que são exemplos de mulheres bem-sucedidas 

Texto: Rita de Cássia Costa

Mãe, esposa e empreendedora? Segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres chegam a trabalhar 7,5h a mais do que os homens por semana, devido à jornada doméstica. Os números, porém, não são barreiras para alcançarem seus objetivos profissionais. Mesmo diante da ainda existente desigualdade em diversas áreas, é possível ser uma empreendedora de sucesso. A Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) resolveu fazer uma matéria especial nesta data e conversar com algumas associadas que revelam suas perspectivas quanto aos negócios e sua presença como mulheres.

Advogada, Rosane Brum é também esposa, mãe dos gêmeos Davi e Tiago, diretora financeira da ACICG e gerente administrativa da empresa onde é sócia com seus irmãos e pai, a Ribeiro Brum. Estando diretamente ligada ao cuidado com os profissionais que integram sua equipe, Rosane destaca a importância crucial de ter mulheres ocupando cargos. São três mulheres como sócias: uma contadora e duas advogadas. Além da presença feminina à frente da gestão, a equipe conta ainda com a maioria de mulheres na equipe.

“Acredito que a gente exerce a profissão, somos aceitas, mas não temos ainda o mesmo reconhecimento, tanto financeiro quanto em papéis de liderança. Porém, acredito que esse quadro tenha melhorado muito, a tendência é que melhore cada vez mais. Acho, inclusive, que a mulher empresária consegue se impor mais dentro dos negócios e do mercado de trabalho”, conta Rosane.

Ela fala, ainda, do baixo índice de ausências em sua empresa, afirmando que as mulheres, mesmo com gravidez, casa, ciclo menstrual etc., acabam se revelando mais comprometidas com o trabalho. Ela comprova esse comprometimento: durante dois anos trabalhou em home office e se adequou para dar atenção à família diminuindo o ritmo, mas sem parar de trabalhar.

A força feminina também encontra lugar na voz da experiência. Regina Portugal fundou a Jardim Escola Golfinho Amigo e o Centro Educacional Portugal há quase 34 anos. Antes supervisora de outras escolas, arregaçou as mangas para ir atrás do seu sonho pelo prazer de ser educadora e hoje se firma como uma importante liderança na Educação da região. Mãe de dois filhos – que atualmente trabalham com ela na escola -, usou sua expertise para adequar seus horários e criar seus filhos ao mesmo tempo em que geria uma escola. Orgulhosa das suas conquistas, atribui o sucesso ao planejamento que teve durante toda a vida tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.

“Para mim não foi difícil ser mãe, não fui dona de casa, me dediquei à escola. Eu acho que deu tudo certo porque foi um trabalho de dedicação. Primeiramente, quando montei a escola, meu filho mais velho estava com dez meses e quando tive minha caçula eu fui morar ao lado da instituição e fiz um portão dividindo o muro da minha casa com o muro da escola. Meus filhos tinham a escola como se fosse realmente a casa deles, fui mãe em tempo integral e hoje são o meu orgulho pessoal e profissional.”, relembra Regina.

A busca pelos sonhos também foi e é o combustível da vida de Wládia Morais. Mãe de dois filhos, ela é gestora de recursos humanos e sempre almejou a psicologia, curso em que se graduou recentemente, quando resolveu largar o antigo emprego para se realizar profissionalmente. Mesmo engravidando no meio do curso, graduou-se sem trancar a faculdade e hoje é sócia da empresa Patrimônio Humano, de gestão de pessoas, negócio que montou com mais duas mulheres, e atende como psicóloga. Apesar de ter sofrido pouco com o preconceito por ser mulher, trabalhando diretamente com admissão de outras empresas, Wládia comprova os problemas ainda existentes na inserção da mulher no mercado de trabalho.

“Ser mulher é um desafio muito grande. Isso porque a gente luta e vem fazendo um barulho muito grande por direitos iguais, mas a gente ainda acha que é um privilégio e não um direito o marido colaborar igualmente e na mesma proporção em tarefas domésticas. Eu posso dizer que na minha casa meu marido me apoia muito”, conta Wládia.

Questionada sobre qual conselho daria para ela quando nova, agora já sendo uma mulher experiente e uma profissional e empresária renomada ela fala sobre a confiança nos sonhos: “acho que precisamos confiar em nossos desejos e sonhos e a partir disso buscar ferramentas para que eles se realizem”.

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