[Coluna] Imprensa da Zona Oeste

Imprensa da Zona Oeste

Por André Luis Mansur

A imprensa sempre teve um papel importante na Zona Oeste do Rio de Janeiro, desde quando era Zona Rural e seus jornais espelhavam as disputas políticas do Triângulo Carioca, como era chamada a região dos bairros de Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba no início dos século XX. Políticos como Augusto Vasconcelos, Júlio Cesário de Melo, Otacílio Camará, os Caldeira de Alvarenga, entre tantos outros, usavam a imprensa local como uma das principais armas na disputa política.

Conheci a imprensa local muitas décadas depois, já nos anos 80, quando ela, embora ainda tivesse a política como uma de suas principais editorias, também funcionava como órgãos de serviço para a população, cobrando do poder público melhorias para os bairros, além de incentivarem a cultura local.

Perto de me formar, no fim de 1993, cheguei a fazer uma reportagem para o Patropi, um dos jornais mais conhecidos de Campo Grande, que na época se chamava Jornal da Zona Oeste. Gostei muito da estrutura do jornal, na esquina da rua Aurélio de Figueiredo e Avenida Cesário de Melo (a famosa Esquina do Pecado), contando com uma redação, laboratório fotográfico, uma boa quantidade de páginas e comandada por Roberto Pereira da Silva e Antônio Perrotta.

Na própria faculdade, a Escola de Comunicação da UFRJ, fiz uma matéria eletiva chamada Imprensa Comunitária, com a professora Ana Arruda Callado, na qual pude conhecer mais ainda jornais de outros bairros, entre eles A Voz de Realengo. Lembro de ter usado esse jornal na aula e também O Amarelinho, de Campo Grande, um dos mais antigos.

Outros jornais importantes foram o Jornal de Campo Grande, Ponto de Vista, O Triângulo, Grito da Zona Oeste, Tribuna Rural, O Tubarão (de Sepetiba) e Gazeta de Cosmos. Todos deixaram, durante décadas, a sua marca como importantes veículos de comunicação para a região, muito mais próximos dos moradores do que a mídia tradicional. Há arquivos desses jornais com colecionadores particulares e também em instituições como a Biblioteca da Administração Regional de Campo Grande, o Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos e o Noph, de Santa Cruz, entre outras.

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